terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Amor Passado



Quando a vejo
Olho retratos do que passou
São fotos de um bom tempo antigo
E a dúvida de paisagens que poderiam surgir
Não chega a soar um lamento
Não chega a rolar um arrependimento
Simplesmente paira aquela curiosidade
Em saber que ela já me fez feliz de verdade
Mas que hoje somos felizes sem “nus” olhar
Um dia esse olhar ainda cruza
Pode se seguir de medos e recusas
Ou pode simplesmente cumprimentar
Sem mais completar
Ou criar expectativas
Só contemplando a antiga diva


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ABERTURA


 


 
 
 
 
 
 
 
 


Quero entrar
Olhar de dentro
Aqui fora é frio
sinto o tormento de tão de perto
Não poder girar a chave
Que parece ter sido trocada
Ou que desaprendi a rodar


Um passo à frente
Você me deixa olhar
Pequeno feixe de luz
Da fresta que se abriu
Talvez sem querer
Leito escorregadio
E gosto do que olho
Inesperado
Posso te ver por dentro
Inimaginável
Mas você se fecha
Foge
Tranca a Chave
Esconde

(Alexandre Nadai-Mariana Arantes)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Meu Caminho


Saio da Lapa
Campo de Santanna
Central
Atravesso o túnel
Atento
No sufoco
Sem vento

Da rua da Gamboa
à Pedro Ernesto
Só Endireito
No meu direito
à João Alvarez
Agradeço

No 23 de Ogun
Onde gente boa vai adentrar
A falange de malandro
Com meu exu
Más energias trancar

Vou de sete passos
Pra cachorrada  não invocar
kaô meu Pai Xangô
Epahei minha mãe
à benção de Oxalá
E à mãe das águas
Odoyá

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Amor Adolescente

Quando pensava nela
Era um pensar doído
Coisa de menino
Aprendendo a amar

Quando pensava nela
Tinha medo
Tinha desejo
Aprendendo a amar

Quando pensava nela
Nem pensava na vida
Às vezes o pensar se perdia
Aprendendo a amar

Quando pensava nela
Não sabia o que era panela vazia
Nem responsabilidade teria
Aprendendo a amar

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Presente de Ogum

Foi na Casa de Iemanjá
Que Ogum me avisou
Pulou de frente no meu jogo
Como Mãe Marilza me falou

Pra onde você vai menino
Quero ir com você
Mas seu orixá não é advinho
Se você não consegue se entender

Escolhe hoje o teu caminho
E as falanges vão ajudar
Aprenda a saber o que está falando
Pra não se prejudicar

Foi aí que tomei prumo
Ficando com a visão numa boa
Ogum me deu presente
assinado no 23 da Gamboa

Hoje falo de samba
Alimento exu, malandro e orixá
tomo banho com as ervas
Da Mãe Marilza de Iemanjá

Vou caminhando acompanhado
Isso vou lhe dizer
Salve a malandragem
Ogum Yê

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Momento


Adoro sentar no bar
Pedir a loira gelada
Jogar papo fora
Conversar

O flerte é invitável
me perco no papo
buscando seu olhar

A mão escorrega sobre a mesa
buscando a da presa
A dama que quero hoje como vadia
Minha criança sob a luz que nos alumia

Quero o violão
Minha parceira nas minhas serenatas
Não tem erro de gênero
Meu feminino me completa de forma exata
Enquanto empunho a canção

Aí eu bebo
Canto
Me inebrio
O som abre os meus caminhos
Me comporto como uma puta
Um ser vadio

Eu
A loira
O violão
E você que hoje me afasta a solidão

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MINHA HISTÓRIA


Meu passado nem foi triste
Mas muita história tenho para contar
Sou da zona sul
Sou do Flamengo
na malandragem Gomenfla

Aprendí a andar no samba
Nos baldes da Romão
Com Dudu Madureira
Mestre Belizário
Seu Arantes e Paulão

Todos juntos na cantina do Ferreira
Com Carlinhos Caveira
E Serginho, que só arrumava confusão
Momentos bons
Mas desfecho triste
Que cercam a melodia que ouvirão

Meu passado nem foi triste
Mas muita história tenho pra contar
à direita o Morro Azul
à esquerda,
O redentor para rezar

De dia, o futebol impera
à noite
As meninas a pegar
Depois do malandro mais velho que espera
Falando na Língua do TTK

Aprendí malandragem
Sacanagem
Na escola da vida fui me educar
E um bom malandro não se mostra
Só quando abre a roda de Iaiá

Tem gente que gosta!!!